sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Consciência Negra para a Liberdade

CONSCIÊNCIA NEGRA PARA A LIBERDADE!

Chega-se a mais um 20 de novembro e muitos ainda não sabem o significado profundo dessa data para o povo alagoano e brasileiro como um todo. Afastados de nossas origens, acabamos nos tornando fracos, o que fortalece o sistema de miséria e opressão.

Há mais ou menos 400 anos, onde hoje é a cidade de União dos Palmares, na Serra da Barriga, milhares de negros e negras que aqui viviam como escravos, sob o regime do chicote nas plantações de cana, se rebelaram e fugiram do cativeiro para construir uma história de resistência e liberdade.

O Quilombo dos Palmares, como ficou conhecida a maior resistência do povo brasileiro contra a exploração, abrigava não só os negros e negras, mas também índias e índios, brancos e brancas pobres marginalizados na época em que o Brasil era colônia de Portugal.

Palmares durou aproximadamente 100 anos de existência, com a vida organizada de forma coletiva, sem escravidão nem exploração, com tudo o que era produzido dividido entre todos os quilombolas. Construíram toda essa beleza ao mesmo tempo em que lutavam contra os vários exércitos mandados pela elite para destruir o quilombo.

A Resistência Palmarina não foi a única a enfraquecer a escravatura e influenciar a abolição, existiram vários quilombos por todo o Brasil, como por exemplo, o Quilombo do Urubu (BA), cuja principal líder era uma mulher, Zeferina, ou o Quilombo Serra Geral no RS.

Hoje a escravidão é oficialmente abolida, mais infelizmente ainda persiste o trabalho escravo ou semi-escravo nas lavouras de cana Brasil afora. O racismo continua vivo e o povo continua explorado pelos políticos e empresários.

Nossa Consciência Negra vem da memória de um passado de luta contra um regime cruel, que insiste em se manter, às vezes de maneira brutal, como nos exemplos de assassinatos de moradores de rua aqui em Alagoas, ou, como ocorre na maioria das vezes, de maneira disfarçada.

Nesses 315 anos do assassinato do grande líder Zumbi (20 de novembro de 1695), comemoramos mais um dia de consciência negra, não como festa, mas como memória e luta por novos sonhos de justiça e igualdade, nos apoiando na História do Quilombo da Liberdade.


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Abaixo o cartaz da atividade que a Resistência está organizando, que começou ontem e termina hoje. Para o dia de hoje tivemos a baixa do Coco de Roda que infelizmente não vai pode se apresentar.

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