sexta-feira, 21 de novembro de 2008
[Pescadores] Dia de Luta! Ato público!
O dia 22 de novembro é lembrado em todo Brasil como o Dia Nacional de Luta do Pescador e da Pescadora. Porém, todos os nossos dias são dias de luta! Lutando para nos organizar e nos organizando para lutar.
Neste ano de 2008, levantamos em Alagoas a nossa bandeira com o tema: “TERRA, ÁGUA E PEIXE PARA O POVO”. Pois, todos os dias, trabalhadores morrem na luta por moradia e por um pedaço de chão para plantar; todos os dias sofremos com a poluição das nossas águas (colocamos em evidência, as lagoas Mundaú, Manguaba e Roteiro) e com o projeto de transposição do Rio São Francisco (o Velho Chico nos pede socorro!); todos os dias enfrentamos as dificuldades nas ocupações de terrenos da Marinha; todos os dias somos atingidos pela degradação ambiental que, além de tirar o peixe do povo, ameaça as nossas próprias vidas, pois também fazemos parte do Meio Ambiente.
Sendo assim, essa luta não é apenas dos pescadores e pescadoras, é de todos os trabalhadores! Todos aqueles que lutam por terra para plantar, por moradia, boas condições de trabalho, educação pública de qualidade, etc. Temos que formar juntos uma grande rede para pescar justiça, dignidade, solidariedade dos demais trabalhadores e tudo aquilo que temos direito!
LUTAR PARA CONQUISTAR SAÚDE E SOBERANIA!
JOGAR A REDE PARA PESCAR DIREITOS E DIGNIDADE!
ATO PÚBLICO - 24 DE SETEMBRO
Concentração às 8:30h no campo do Júlio (Dique Estrada)
Encerramento: Monumento do Milênio
-apresentações culturais no início e no fim-
[Consciência Negra] Reconstruir Palmares!
QUILOMBO É PERIFERIA! PERIFERIA RESISTE!
Há aproximadamente 400 anos, onde hoje se localiza Alagoas, milhares de negros e negras vindos da África como escravos, confrontaram o regime de extrema exploração em que viviam e fugiram de seus cativeiros para construir uma história de resistência e liberdade.
Aqueles que se refugiaram na região do interior da zona da mata alagoana construíram uma sociedade de iguais, que não só abrigavam os ex-escravos negros, mas índios e os brancos marginalizados da época em que o Brasil era uma colônia de Portugal.
Vivendo em coletividade e produzindo de forma auto-gerida viveram por mais ou menos 100 anos, apesar dos sucessivos ataques da elite da época. Tendo como grande referência o seu líder Zumbi, que não foi o único líder e nem controlava sozinho a vida de Palmares, mas foi parte daqueles que preferiram lutar pela liberdade até as últimas conseqüências.
Palmares é símbolo da resistência de um povo. Hoje a escravidão foi “oficialmente abolida”, mas a grande maioria da população ainda é explorada pela elite dominante. Alguns de forma mais brutal outros de maneiras mais disfarçadas, mas ambos fazendo parte de um mesmo povo.
Alagoas é conhecida como a terra dos pistoleiros, a terra dos taturanas, a terra dos usineiros e um dos últimos redutos dos coronéis. Essa Alagoas é bem conhecida e divulgada na grande mídia, mas a Alagoas que queremos mostrar é a Alagoas da resistência de Palmares e da luta de um povo por sua libertação.
Que a lembrança desse grandioso fato histórico inspire nosso povo a fazer como os negros e negras de Palmares. Ultrapassar a humilhação que nos envolve e abraçar a causa de um ideal libertador.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
[Estudantil] Calendário de Formação Política
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
A OUTRA CAMPANHA - para além das eleições
- Outra campanha, para convocar a luta e a organização popular, não para pedir votos, é o trabalho que nos mobiliza para fazer política. Porque a política não é assunto só para especialistas ou representantes.
- Outra campanha para lutar por um programa de emergência que atenda as necessidades do povo e enfrente os problemas sociais mais graves da cidade. Para recuperar a dignidade do que sofre na vida o preço da promessa não cumprida, pois somente a ação direta dos de baixo contra os que oprimem é capaz de fazer justiça.
- Outra campanha para construir um povo forte, para organizar os desorganizados, para unir os movimentos sociais que lutam, para fazer política com as próprias mãos com independência do governo, do partido e do patrão, pela decisão das assembléias e da luta popular em unidade.
- Outra campanha para dar voz a quem não é deixado falar, para construir participação popular onde o poder faz exclusão, para criar capacidade política pelos lugares de trabalho, estudo, moradia, pela cultura e os meios de comunicação comunitários.
- Outra campanha para construir poder popular, pra acumular forças com democracia de base e tomar de volta a política dos corruptos, das oligarquias e dos grupos dominantes do poder.
Panfleto distribuído pelo Comitê de Resistência Popular do Vergel:
A OUTRA CAMPANHA...
...NOSSAS URGÊNCIAS NÃO CABEM NAS URNAS
Nas eleições aqueles que esqueceram a população durante os últimos 2 ou 4 anos estão a nossa porta pedindo a única coisa que desperta o interesse deles no povo: o voto.
O Vergel é um bairro necessitado de diversos serviços básicos para a população. Aqui existem equipes de saúde da família em número insuficientes, para uma população que precisaria de pelo menos 15 equipes. Nas escolas faltam professores e serviços como o saneamento básico é precário ou inexistente, o que compromete até a nossa Lagoa Mundaú, meio de vida para boa parte da população do bairro.
De um lado as mesmas promessas, do outro os problemas de sempre e apenas uma certeza: o futuro para melhoria da condição de vida da população está na capacidade da própria população se organizar e lutar. A prefeitura e câmara de vereadores não servem aos interesses da periferia, mas apenas ao reduzido número de pessoas que estão por trás dos políticos, em sua maioria empresários que financiam suas campanhas.
O caminho para reverter essa situação não é fácil, mas depositarmos nossa confiança naqueles que tanto prometeram e nada fizeram é uma opção que leva ao triste caminho que já conhecemos.
Do lado do povo podemos ter nossas próprias organizações, como os grêmios estudantis, associação de moradores, associação de pescadores, sindicatos, rádios comunitárias, etc. Esses são espaços onde a população pode organizar a sua luta, são espaços onde podemos preparar a nossa campanha, uma OUTRA CAMPANHA.
Com ela queremos sentar para discutir e fazer política de uma maneira diferente. Ou seja, a partir de cada problema que sentimos em nosso bairro, nos juntarmos e nos mobilizarmos para conquistar nossos direitos pelas nossas próprias forças. Seja por saneamento, por transporte público, educação, saúde ou por geração de emprego e renda.
A campanha dos políticos é feita com promessas e quando as eleições acabam, o que fica é a nossa dura realidade.
A OUTRA CAMPANHA é para além das eleições porque só mantendo a discussão e mobilização quanto aos problemas que enfrentamos em nosso dia-a-dia é que podemos fazer pressão para conquistar direitos e a nossa dignidade.
LUTAMOS E EXIGIMOS:
ABAIXO A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA
E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
Chega de humilhação nas periferias, pobre é trabalhador! E organizar-se para lutar é um direito!
REVITALIZAR A LAGOA MUNDAÚ
DEFENDER OS RECURSOS NATURAIS
Maltratada pela falta de saneamento básico, pelo lixo das usinas, milhares de pescadores e marisqueiras tem seu ganha pão prejudicado. Controle popular e preservação do meio-ambiente é soberania e qualidade de vida!
SAÚDE E EDUCAÇÃO
SUFICIENTES, GRATUITA E QUALIDADE
Mais verbas públicas para os serviços básicos da população e que estes estejam sob o controle da comunidade; Valorização do trabalhador do serviço público e no combate ao assédio moral que sofrem de seus "superiores".
MORADIA PARA TODOS!
CHEGA DE ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA!
As políticas habitacionais tem sido a da exclusão e para os "barões do cimento". É preciso desapropriar terrenos e prédios sem uso, garantir financiamento para famílias de baixa renda e construção de casas populares, com qualidade de vida e sem retirada do local de moradia original para beneficiar a especulação imobiliária.
TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE
Redução de tarifa, sem perda de direitos; Passe livre para estudantes e desempregados; Pela abertura de licitação de transporte público e por melhores condições de trabalho para cobradores e motoristas.
VALORIZAÇÃO ÀS MANIFESTAÇÕES
CULTURAIS POPULARES
As manifestações culturais populares podem ser expressão do cotidiano e ponto de resistência das comunidades. No Vergel, palco de vários(as) personagens protagonistas da cultura de rua, há pouca oportunidade para mostrar ao próprio bairro sua cultura e sua arte. É preciso fazer que essa cultura local, tão rica e que tem na bagagem o coco de roda, o maracatu, pastoril e vários outros, esteja ao alcance e conhecimento de todos.